Inventários em unidades geológicas

Para facilitar a sistematização e o estudo da geologia de uma determinada região, as rochas são normalmente agrupadas de acordo com características semelhantes, tais como idade, tipo de rocha, modo como foram formadas, ambiente tectônico, etc. Estes agrupamentos de rochas constituem as unidades geológicas. Os inventários destas unidades são importantes porque, por meio dos geossítios identificados, é possível saber quais os locais-chave para contar a história geológica e estabelecer um panorama do conhecimento geológico atual. Além disso, uma vez inventariados, estes locais podem possuir outros valores além do científico, o que potencializa seu uso para outras atividades.

Domínio Ceará Central

O Domínio Ceará Central (DCC) é a maior unidade geotectônica do bloco norte da Província Borborema e apresenta registros geológicos essenciais para entendimento da evolução geodinâmica e configuração geológica do continente sul-americano. Sua associação de rochas cristalinas abrange desde litotipos arqueanos até corpos graníticos paleozóicos, que permitem compreender um período importante da evolução geológica da Terra, sobretudo relacionado ao Ciclo Brasiliano/Pan-Africano e amálgama do supercontinente Gondwana Oeste.

Contribua com esse projeto sugerindo geossítios:

Em toda amplitude de seus terrenos cristalinos, o DCC é marcado por vastas planícies dissecadas pontuadas por maciços residuais, revelando a influência do clima semiárido na estruturação da paisagem da região. Considerando a realização de  inventários como o primeiro passo para se estabelecer estratégias de geoconservação, adotou-se o método de avaliação para áreas extensas. Este método teve início com a definição das categorias temáticas que orientaram a seleção de geossítios a partir de contextos geológicos específicos, de modo a favorecer a abordagem histórico-evolutiva da geologia.

Como resultado, o inventário selecionou e avaliou 52 geossítios representativos da história geológica e evolução geodinâmica do Domínio. Além do significativo valor científico, muitos dos geossítios selecionados apresentaram potencial para uso didático e turístico e podem ser utilizados em projetos de desenvolvimento sustentável.

Confira as referências utilizadas para a realização do inventário do Domínio Ceará Central, aqui.

Bacia de Taubaté

Localizada na porção leste do estado de São Paulo, a Bacia de Taubaté ocupa uma área aproximada de 2400 km², abrangendo onze municípios. É considerada por muitos pesquisadores uma “escola a céu aberto”, pois possui afloramentos de elevado interesse científico e didático, utilizados para ensino e pesquisa. Instalada durante o Eoceno/Oligoceno, faz parte de um conjunto de bacias pertencentes ao Rifte Continental do Sudeste do Brasil (RCSB), relacionada à fase tardia do evento de ativação tectônica da Plataforma Sul Americana.

Contribua com esse projeto sugerindo geossítios:

A região se constitui num local-chave no entendimento da história geológica pós-Gondwana, além de ser uma das mais importantes áreas para estudos paleontológicos do sudeste brasileiro, cuja riqueza vem se perdendo em virtude, principalmente, de atividades antrópicas.

Por esse motivo, considerando a elevada geodiversidade da região da Bacia de Taubaté, foi realizado o inventário científico do patrimônio geológico local. A metodologia adotada teve início com a definição de três categorias temáticas que nortearam a seleção de 18 geossítios, escolhidos com base na história geológica da bacia.

Esse inventário representa o primeiro passo em um projeto que visa diagnosticar as principais ameaças que afetam o patrimônio geológico da bacia, de modo a contribuir com o aumento do interesse do poder público nas questões de geoconservação. Espera-se que essa avaliação propicie a criação de medidas que minimizem impactos aos geossítios, os quais registram parte importante na história geológica do sudeste brasileiro.

Confira as referências utilizadas na construção do inventário da Bacia de Taubaté, aqui.