Mapa do Inventário do patrimônio geológico do estado de São Paulo é finalizado

Por Karolina von Sydow

Mapa do Inventário, destacando, dentre as categorias, pontos de terrenos pré-cambrianos e da Bacia do Paraná.

O incentivo à estratégias de conservação e uso sustentável do patrimônio geológico são ações essenciais para a manutenção da história geológica de um local. Com o objetivo de fomentar estas práticas e preservar a memória científica do estado de São Paulo, foi finalizado, recentemente, um mapa que inclui geossítios com valor científico significativo divididos em 11 categorias geológicas. Acesse o mapa e formulário para indicação de novos geossítios aqui.

Com auxílio do Programa Ciência Sem Fronteiras (MEC/CAPES/CNPq), o projeto já inventariou 142 geossítios (confira matéria jornalística da FAPESP sobre a pesquisa). A segunda fase já está em tramitação e tem como objetivo atualizar as informações e divulgar os resultados para a comunidade científica.

“Esta é uma primeira etapa de um grande trabalho de diagnóstico em prol da valorização e proteção dos geossítios do estado de São Paulo, além de possibilitar a ampliação de pesquisas e divulgações geocientíficas futuras por universidades e instituições do Brasil. É o primeiro inventário na América Latina a seguir um método sistemático em escala estadual e com a participação da comunidade geocientífica” destacou a professora e coordenadora do projeto Maria da Glória Motta Garcia.

O mapa é fruto do projeto “Patrimônio geológico do estado de São Paulo: identificação, conservação e avaliação de geossítios de valor científico com relevância nacional e internacional” (Proc. 075/2012), que vigorou entre 2013 e 2015, vinculado ao Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc / USP). O professor José Brilha, da Universidade do Minho (Portugal), participou do projeto como pesquisador especial, trazendo a sua experiência na coordenação do inventário português. Além disso, o projeto marcou a parceria com o setor privado, por meio da  empresa Geodiversidade Soluções Geológicas Ltda. 

“O objetivo é que, a partir da divulgação do mapa de inventário, os pesquisadores em geociências que trabalham na região proponham novos geossítios com base em seus estudos. Esperamos que as ações do estado voltadas à gestão territorial e ao planejamento urbano tenham como base os locais de interesse geológico, que podem ser utilizados também na promoção de atividades educativas e de geoturismo”, destaca a pesquisadora.

Participaram do projeto os pesquisadores das seguintes instituições brasileiras: Universidade de São Paulo (USP), Instituto Geológico (IG/SIMA/SP), Universidade de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Confira a lista de categorias geológicas consideradas e respectivos pesquisadores responsáveis:

  • Terrenos pré-cambrianos: Maria da Glória Motta Garcia e Frederico Meira Faleiros (IGc/USP);
  • Zonas de cisalhamento: Maria da Glória Motta Garcia e Ginaldo Campanha (IGc/USP);
  • Rochas graníticas – Lucelene Martins, Valdecir de Assis Janasi e Adriana Alves (IGc/USP);
  • Mineralizações metálicas pré-cambrianas – Annabel Pérez-Aguillar (IG/SP);
  • Bacia do Paraná – Frésia Ricardi-Branco (UNICAMP);
  • Magmatismo mesozoico – Maria Irene Bartolomeu Raposo e Maria da Glória Motta Garcia (IGc/USP);
  • Bacia Bauru – Luiz Alberto Fernandes (UFPR);
  • Rifte continental do Sudeste – Maria da Glória Motta Garcia e Maria Judite Garcia (IGc/USP);
  • Evolução neogênica e quaternária marinha e continental – Wânia Duleba (EACH/USP) e Célia Regina de Gouveia Souza (IG/SP);
  • Unidades geomorfológicas e geoformas – Mariza Fierz e Jurandyr Ross (FFLCH/USP);
  • Cavernas e sistemas cársticos – William Sallun Filho (IG/SP).